SOBRE AS CONSULTAS DE RETORNO PÓS-OP

Após a operação, o paciente deverá ser acompanhado regularmente. 

Inicialmente as consultas são mais frequentes com a intenção de observar como o paciente está se saindo na fase de adaptação, mas com o passar do tempo as visitas vão sendo apenas de acordo com a necessidade ou mesmo anualmente com o objetivo geral de ver como o paciente vem mantendo o peso, como está seu estado nutricional e mesmo descartar complicações tardias. 

É importante frisar que mesmo após muito anos da operação e mesmo que não sinta nenhum sintoma, o paciente deve procurar seu médico para o acompanhamento pós-operatório regularmente e na frequência combinada (veja abaixo). 

A rotina de acompanhamento varia entre equipes bariátricas diferentes. Em nossa rotina, a recomendação de acompanhamento pós-operatório é da seguinte maneira:

 
ANTES DE UM MÊS DA OPERAÇÃO – este retorno deve ser obrigatoriamente com o cirurgião e a nutricionista. O primeiro retorno tem a intenção de (a) conferir a aceitação e correto cumprimento da alimentação líquida e, depois, a pastosa; (b) checar como estão as incisões da operação e verificar ausência de complicações nestas; (c) identificar problemas porventura existentes, que nesta fase são mais frequentes os pulmonares; (d) verificar se o paciente está cumprindo corretamente suas recomendações pós-operatórias incluindo avaliar a ocorrência de vômitos, problemas psicológicos e manutenção da hidratação; (e) esclarecer dúvidas do paciente; (f) recomendar atividade física adequada para o período; (g) reforçar recomendações pós-operatórias permanentes como a importância da alimentação correta (incluindo as proibições de doces, refrigerantes e outras nos primeiros meses e de bebidas alcoólicas até o sexto mês), a reeducação alimentar, a mastigação correta, etc. 


ENTRE 30 – 45 DIAS DA OPERAÇÃO – neste segundo retorno, o paciente ainda está se adaptando e tendo contato com a sua “vida nova”. Aqui, ele deverá se consultar com cirurgião e nutricionista, mas também eventualmente de acordo com as necessidades de cada paciente, com endocrinologista, cardiologista, etc. 

Nesta consulta em geral procuramos (a) conferir o correto cumprimento da alimentação (que neste momento estará sendo mudada da fase pastosa para a fase branda); (b) identificar problemas porventura existentes; (c) verificar o correto cumprimento das recomendações pós-operatórias incluindo a tomada da vitamina (quando indicada), problemas de aceitação da dieta e manutenção da boa hidratação; (d) esclarecer dúvidas do paciente; (e) recomendar atividade física adequada para o período; (f) reforçar recomendações pós-operatórias permanentes como a reeducação alimentar (que neste período é especialmente importante devido à mudança maior que acontecerá na progressão dos alimentos pastosos para os sólidos), evitar hábitos errados como beliscar, comer doces e dormir mal (muitos pacientes trocam o dia pela noite e isto é prejudicial), etc. 

Nesta consulta, quando for julgado necessário, o paciente será encaminhado para iniciar o acompanhamento pós-operatório também com a psicóloga ou psiquiatra. 


COM 2 MESES DA CIRURGIA – agora o paciente já está mais “confiante”, pois já viu que está perdendo peso e já está comendo alimentos “normais”. Nesta etapa, os pacientes deverão se consultar com o cirurgião e a nutricionista ou ainda outro profissional da equipe se assim for julgado necessário ou de acordo com problemas que ele tinha antes da operação. Esta consulta é mais para verificar a adaptação, retirar dúvidas, confirmar a tomada da vitamina diária (quando indicado), oferecer dicas de alimentação e corrigir possíveis erros de hábitos. 

Em nossa rotina não costumamos pedir exames até esta época a não ser quando o paciente tivesse alguma alteração pré-operatória que mereça vigilância como alterações de taxas como a de colesterol, glicose e ácido úrico. 

Nesta consulta há um reforço especial para que o paciente faça atividades físicas se ainda não tiverem iniciado pois é de suma importância para a perda de peso. 


COM 4 MESES DA OPERAÇÃO – o retorno aqui é mais para reafirmar as mesmas informações das consultas anteriores e identificar problemas. 

Como sempre, as mesmas preocupações se aplicam: reforçar recomendações importantes, verificar se o paciente está cometendo erros alimentares, a prática de atividade física, etc.

Cuidar para identificar possíveis problemas psicológicos. 


COM 6 MESES DA OPERAÇÃO – Nesta consulta além de continuar com o reforço dos hábitos corretos, conferir o correto cumprimento das recomendações por parte do paciente, verificar tomada da vitamina (quando indicada) entre outros, o cirurgião deverá pedir exames de controle pós-operatório que em geral incluem exames de sangue, ultrassonografia e endoscopia. 


APÓS 1 ANO DA OPERAÇÃO – nesta fase a adaptação já aconteceu e o peso já está estabilizado ou próximo disso. O acompanhamento, que deverá ser com o endocrinologista, a nutricionista e o cirurgião, visará buscar problemas de longo prazo que possam surgir. 

Estes são mais relacionados com a deficiência de vitaminas e oligoelementos nos casos de pacientes que não os tomam (quando indicado) e hábitos alimentares errados, principalmente comer doces, “beliscar” e etilismo. Estes são importantes de se combater porque são os que irão “sabotar” o resultado da operação a longo prazo: pacientes que perdem peso bem no início e depois começam lentamente a engordar de novo. 

É também nesta etapa em que o cirurgião irá solicitar exames de controle (de sangue, endoscopia e ultrassonografia). 

Outro possível “sabotador” que começa a se manifestar por volta de um ano da operação são os transtornos de ansiedade e depressão e por isso mesmo precisam ser identificados. Havendo necessidade, o paciente será encaminhado à psicóloga ou o psiquiatra da equipe. 


ANUALMENTE, DEPOIS DE ENTÃO – depois disso, os controles deverão ser anuais salvo nos casos em que haja problemas ou quando o próprio paciente enfrentar dificuldades ou contratempos.

Valem aqui as mesmas recomendações do controle de um ano após a cirurgia: cuidados para excluir deficiências nutricionais (vitaminas), prevenir e corrigir hábitos alimentares errados, reforçar a importância de evitar bebidas alcoólicas e doces e estimular a prática de atividade física regular. 

Alguns pacientes depois de dois ou mais anos depois de operados voltam a ganhar peso e, caso este problema esteja acontecendo, o cirurgião irá tentar identificar a causa para expô-la ao paciente e assim ajudá-lo a “voltar aos trilhos”.