DICAS PARA O SUCESSO DA SUA OPERAÇÃO

O sucesso da operação bariátrica depende de dois “atores”: a equipe cirúrgica e — tão importante quanto — o paciente. Isso porque a operação, obviamente, deve ser segura e bem executada, mas é importantíssimo que o paciente entenda desde o princípio que ele também será copartícipe do sucesso. Ou seja, o paciente tem sua cota de responsabilidade. 


Ao contrário do que se imagina, esta cota não é repleta de sacrifícios absurdos. Basicamente, o que o paciente deverá seguir rigorosamente para perder peso efetivamente e não mais voltar a ganhá-lo são relacionados a três pontos fracos da operação: 

(1) Evitar bebidas alcoólicas. O paciente deve entender que depois da operação só deve ingerir bebidas alcoólicas se for com muita moderação e com pouca frequência. Bebendo mais que o recomendado, a cirurgia não consegue ser efetiva e o reganho de peso é inevitável. O preço para o sucesso da cirurgia inclui, portanto, a moderação neste hábito. É um preço até pequeno comparado com as inúmeras vantagens; 

(2) Evitar alimentos que contenham açúcar. Para falar a verdade, ninguém, nem mesmo quem opera bariátrica, consegue emagrecer comendo doces. Os doces são digeridos rapidamente e, mesmo com um estômago pequeno, o paciente será capaz de comê-los em grande quantidade. Pelo fato de serem muito calóricos, podem fazer reganhar peso. Isso vale para todos os alimentos que tenham muito açúcar – inclusive sucos naturais, mesmo quando preparados com adoçantes porque costumam já ter muito açúcar da fruta; 

(3) Não comer compulsivamente. Isso significa não comer a todo instante, comer em pequenos intervalos, várias vezes. O estômago pequeno operado impede o paciente de comer muito de uma vez, mas não o impede de comer pouco em várias vezes. Então “beliscar” comida é uma forma de burlar a cirurgia levando o paciente a engordar tudo novamente; 


Fora o especificado acima, algumas considerações precisam ser feitas: 

(1) Se refletirmos bem, podemos observar que estes três hábitos errados (álcool, açúcar e beliscar) são “válvulas de escape”, ou seja, o paciente os busca como compensação para o estresse emocional (ansiedade, depressão, etc). Daí, concluímos que os pacientes que reganham peso, normalmente precisam corrigir estes hábitos e — não menos importante — procurar ajuda com psiquiatra e psicóloga; 

(2) Doces e álcool são muitas vezes comportamento de vício de alguns pacientes. Do mesmo modo como há viciados em drogas ou em jogos, há viciados em açúcar e álcool. O paciente deve entender que, se for este o seu caso, ele deverá mudar, mas eventualmente pode ser que tenha dificuldade, do mesmo jeito que um fumante pode desejar largar seu vício e não conseguir. Sugerimos: se o paciente tem vício em álcool ou doces que já tente larga-los antes da operação; 

(3) Nós operamos o estômago mas não o cérebro! Ou seja, é fundamental que o paciente perceba que parte do processo será feito por nós (a cirurgia) mas que a outra dependerá dele. O paciente deve encarar a operação como um ponto de partida para mudanças de estilo de vida, de costumes e de hábitos. É uma nova vida repleta de saúde e com muito mais qualidade. Mas esta etapa, só depende DELE próprio. Ninguém poderá fazer isso por ele; 

(4) Ao contrário do que se imagina, a cota de responsabilidade do paciente não é cheia de sacrifícios. Não impomos “dietas” ou “regimes” pois entendemos que o paciente deve se alimentar e viver normalmente. No entanto, do mesmo modo, não é “normal” comer chocolate várias vezes ao dia, beber refrigerantes ou bebidas alcoólicas abusivamente; 


Entender a cirurgia bariátrica dessa forma é o primeiro passo para o seu sucesso.